terça-feira, 13 de abril de 2010

Série de Águas III

Sangria de décadas, estátua de bronze.
Não tive fôlego de manter os olhos no navio enferrujando, lentamente, à beira do cais.
O tempo em farelos de sangue.

A ferrugem do cobre é verde, porém.
A velhice se colou em ti nessa cor azeda.

Uma causa antiga de ternura, dor ou sonho,
que desse valor ao teu olhar de sabão, estátua de bronze,

Lá no rio lembrada, o casco vermelho ia arrebentar.

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